Ações da IPCI - 2001 - 2022
Em 2000, fabricantes de arcos da França, Alemanha e Estados Unidos reagiram ao grave esgotamento da Mata Atlântica brasileira e das populações de pernambuco formando a International Pernambuco Conservation Initiative (IPCI) para desenvolver um plano de ação. Como o pernambuco é a principal madeira usada na fabricação de arcos por músicos profissionais e avançados e é endêmica da Mata Atlântica, sua sobrevivência é essencial para a fabricação de arcos e para a comunidade musical em geral.
Sem o pernambuco, a música de cordas e o patrimônio cultural de países do mundo inteiro não existiriam como os conhecemos hoje. Naquela época, assim como agora, entendeu-se que os fabricantes de arcos deveriam trabalhar com parceiros brasileiros para fazer todo o possível para ajudar a conservar a espécie.
Atualmente, existem quatro organizações internacionais de IPCI conhecidas coletivamente como IPCI: IPCI-Canadá, IPCI-COMURNAT (França), IPCI-Alemanha e IPCI-EUA. A IPCI representa cerca de 400 membros artesãos em 24 países1. Cada membro faz de 10 a 20 arcos por ano, o que requer a quantidade de madeira fornecida por uma árvore adulta durante toda a vida de fabricação de arcos.
A missão da IPCI é :
Inicialmente, a IPCI buscou parcerias governamentais e científicas brasileiras no Brasil. A IPCI estabeleceu parcerias com a FUNPAB para cavar poços para mudas e com a CEPLAC para criar o Programa Pau-Brasil (PPB). Durante esse período e desde então, a IPCI tem trabalhado com o IBAMA e com funcionários do governo estadual para entender e garantir a conformidade com os regulamentos do Código Florestal e outras leis aplicáveis. Seus principais parceiros são a CEPLAC, o Instituto Floresta Viva (IFV), a Associação Plantas do Nordeste (APNE) e várias universidades e instituições científicas (consulte o Apêndice 2 para obter uma lista completa), bem como pequenas empresas produtoras de cacau.
Após dois anos de planejamento cuidadoso, a IPCI criou seu programa PPB de 5 anos, seguido de projetos com outros parceiros (incluindo o IFV e a APNE). A abordagem abrangente da IPCI em relação à sustentabilidade incluiu pesquisa científica, envolvimento da comunidade local, conscientização educacional, plantio e produziu resultados encorajadores (consulte o Apêndice 3 para obter uma lista detalhada das ações). Em resumo, um total de 340.800 mudas foram plantadas (divididas em 50/50 entre comerciais e de conservação/cívico-culturais) e os gastos financeiros até o momento (US$ 423.572) incluem gastos com o projeto no Brasil (US$ 348.681) e conscientização internacional e arrecadação de fundos (US$ 74.891).
RESUMO DAS AÇÕES
Projetos de plantio - 340.800 mudas plantadas no total
230.800 mudas plantadas para agricultura/uso sustentável
110.000 mudas plantadas em áreas de conservação/civico-culturais
Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira [CEPLAC], 2004 - 2008
Programa Pau-Brasil (PPB) / 300.000 plantas plantadas :
Associação Plantas do Nordeste [APNE], 2012 - presente
um total de 17.000 plantas plantadas [ Download do arquivo PDF ] :
Instituto Floresta Viva [IFV], 2013 - atual
3.800 mudas plantadas para uso sustentável futuro
FUNBRASIL, 2001 por Ana Cristina Roldao
- 20.000 plantas plantadas para uso sustentável no futuro
- A IPCI apoiou a abertura de furos para o cultivo de mais 80.000 plantas
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Embora os projetos de campo do IPCI tenham sido fortemente afetados pela pandemia de Covid, o trabalho do projeto do IPCI continuou, principalmente na forma de pesquisa. A IPCI está fortemente comprometida em continuar e expandir seu trabalho para a conservação do pernambuco.
A IPCI não se envolve em nenhum tipo de comércio.
É uma organização de conservação interessada no crescimento e na regeneração de árvores de Pernambuco na natureza, em áreas cívicas e em pequenas fazendas de cacau, onde fornecem sombra para as plantas e podem, um dia, ser uma fonte de renda para os agricultores, de acordo com as leis e os regulamentos aplicáveis.
Embora a IPCI esteja indiretamente ciente dos esforços de replantio empreendidos pelos fabricantes brasileiros de arco, ela só trabalhou de forma independente e em parceria direta com instituições e organizações agrícolas, científicas, ambientais e governamentais brasileiras.
A IPCI participou de conversas sobre políticas públicas no Brasil com representantes do IBAMA, da CEPLAC e das autoridades ambientais estaduais com o objetivo de entender e cumprir sempre a estrutura legal do Brasil. Essas discussões se concentraram em várias áreas, incluindo mudanças no código florestal brasileiro, o desenvolvimento de uma estratégia nacional para o pernambuco pelo IBAMA e a criação de uma rota legal para a colheita de pernambuco cultivado em fazendas de cacau para obter renda e possível uso na fabricação de arcos para músicos profissionais e estabelecidos.
A IPCI apoia totalmente os esforços para acabar com o comércio ilegal de pernambuco, que está prejudicando a espécie e o comércio de fabricação de arcos. Em 2007, os membros da IPCI se comprometeram a comprar somente madeira de origem legal, a incentivar o desenvolvimento de inventários de populações de pernambuco, a desenvolver e implementar um plano de conservação e a educar o comércio sobre a necessidade urgente de conservar o pernambuco e cumprir as leis aplicáveis. Eles fizeram isso em reconhecimento ao fato de que a conservação da espécie é de extrema importância para o futuro das florestas e da música para instrumentos de corda do Brasil.
Como a maioria dos membros da IPCI também são fabricantes de arcos, a IPCI está ciente do comércio de arcos, embora a organização não facilite nem participe desse comércio. A IPCI apóia os esforços do Brasil para garantir que a exportação de madeira bruta e de blocos de arco seja feita em total conformidade com a legislação aplicável. A IPCI também apóia a exigência de licença nacional de exportação do Brasil para produtos de pernambuco e os esforços de fiscalização que garantirão a conformidade. A IPCI acredita que medidas adicionais seriam apropriadas para o comércio, incluindo a implementação de sistemas de rastreabilidade, rotulagem ou carimbo e certificação. Também é importante que as vendas internacionais que utilizam "documentos do IBAMA" falsos, seja on-line ou pessoalmente, sejam interrompidas. Essas medidas ajudariam os compradores internacionais de arco a verificar se os produtos que estão comprando são legais, sustentáveis e protegem o pernambuco e a música. Essas medidas, combinadas com um programa científico e de replantio aprimorado e com várias partes interessadas, podem abrir caminho para a conservação da espécie sem prejudicar a música para instrumentos de corda em todo o mundo.
A IPCI uniu forças com aAliança Internacional de Fabricantes de Violinos e Arcos para Espécies Ameaçadas de Extinçãoconhecida como a Aliança. Os fabricantes de violinos e arcos criaram a Aliança em 2018 para promover a compreensão e a conscientização sobre a necessidade de conservar todas as espécies usadas na fabricação de violinos e arcos e investir em projetos de conservação, como o trabalho da IPCI. Entendendo que muito mais trabalho é necessário, a IPCI trabalhou em estreita colaboração com a Aliança para preparar uma "Estratégia de Conservação de Pernambuco", que pode ser encontrada no Apêndice 4. A estratégia estabelece o compromisso da IPCI e do comércio de desenvolver e ampliar o trabalho da IPCI, de modo que o pernambuco possa retornar à saúde e à sustentabilidade.
A conservação do pernambuco é de importância crucial para o nosso comércio e para a música de instrumentos de corda. Para músicos e profissionais experientes, simplesmente não há substituto para a habilidade de tocar e a criação de tons possibilitada pelo pernambuco. Assim como os instrumentos, cada arco é único em suas qualidades e é, por si só, uma obra de arte e cultura histórica. Não é exagero dizer que o futuro da música de instrumentos de corda como a conhecemos depende tanto da conservação da espécie quanto de uma abordagem equilibrada da regulamentação do comércio.
A IPCI e a Aliança estão prontas para fazer contribuições significativas para o planejamento, financiamento e implementação de futuras pesquisas e esforços de reflorestamento no Brasil. Nosso objetivo é fazer parcerias com autoridades brasileiras, cientistas, ambientalistas e pequenos agricultores para coordenar um esforço em grande escala para conservar o pernambuco e a música para as gerações futuras.
IPCI FRANCE EUROPE ASSOCIATION - 3 rue Truffaut 75017 Paris - Número da associação: W751269309